sábado, 22 de dezembro de 2012

Criatividade

A criatividade é assunto de reflexão de alguns cientistas e escritores como Vygotsky, Dostoievski, Damásio, Leo Szilard e Jonas Salk . Em sua obra “Criação e imaginação”, Vygotsky afirma que é a atividade criadora que faz do homem um ser que se volta para o futuro, erigindo-o e modificando o seu presente. Para esse psicólogo e educador, a criação é a condição necessária da existência e tudo que ultrapassa os limites da rotina deve sua origem ao processo de criação do homem e que a obra de arte reúne emoções contraditórias, provoca um sentimento estético, tornando-se uma técnica social do sentimento.
Para Dostoievski a necessidade de criar nem sempre coincide com as possibilidades de criação e disso surge um sentimento penoso de que a idéia não foi para a palavra.
Já Antonio Damásio, em seu livro O Erro de Descartes diz que criar consiste não em fazer combinações inúteis, mas em efetuar aquelas que são úteis e constituem apenas uma pequena minoria. Para esse neurocientista, inventar é discernir, escolher. Aponta idéias idênticas às suas quando apresenta, em seu livro, afirmações feitas por Leo Szilard e Jonas Salk. Szilard: “O cientista criador tem muito em comum com o artista e o poeta. O pensamento lógico e a capacidade analítica são atributos necessários a um cientista, mas estão longe de ser suficientes para o trabalho criativo. Aqueles palpites na ciência que conduziram a grandes avanços tecnológicos não foram logicamente derivados de conhecimento preexistente: os processos criativos em que se baseia o progresso da ciência atuam no nível do subconsciente”. Jonas Salk defende que a criatividade assenta numa ”fusão da intuição e da razão”. Criatividade é, portanto, para mim, a capacidade humana de escolher algumas dentre as várias possibilidades preexistentes e mesclá-las, criando algo inusitado.


A criatividade é considerada uma capacidade humana de grande valor universal, tudo indica que nesta competência reside a memória "RAM" biológica para o impulso da evolução humana. A memória RAM segundo Cury,(2009) é o fenómeno dos registos da memória. O que melhor descreve a criatividade é o que Sanchez (2003) referiu em seus apontamentos a criatividade é uma sublime dimensão da condição humana. É entretanto na capacidade criativa, que existe a chave da capacidade de evolução da humanidade. O mérito da expressão criativa é fruto da "complexidade" ou seja é fruto do contexto social no seu desenvolvimento natural e humano. É muito interessante contemplar os efeitos provenientes deste constructo a considerar a capacidade de um indivíduo criativo construir e reconstruir, transformando a nossa realidade. É consensual e gratificante, perceber que todos temos a capacidade criativa, deve é ser melhor desenvolvida.

Tipos

Pode-se classificá-la segundo o lugar de origem e a forma como se manifesta. Um exemplo de classificação por lugar de origem é a seguinte:
  • Criatividade individual: é a forma criativa expressa por um indivíduo
  • Criatividade coletiva ou de grupo ou criatividade em equipe: forma criativa expressa por uma organização, equipe ou grupo. Surge geralmente da interação de um grupo com o seu exterior ou de interações dentro do próprio grupo e tem como objetivo principal otimizar ou criar produtos, serviços e processos.Na organização moderna a "criatividade em equipe" é o caminho mais curto e mais rápido para modernização e atualização de seus diversos métodos de gestão e de produção.
História
Na antiguidade, sob o ponto de vista da filosofia, a criatividade era vista, como parte da natureza humana, um dom divino, um “estado místico de receptividade a algum tipo de mensagem proveniente de entidades divinas.”(Alencar, 2001,p.15). Havia também a concepção que associava a criatividade à loucura, considerando as manifestações criativas como um ato impensado, que serviria de compensação aos desajustes e conflitos.


Potencial criativo

Acredita-se que o potencial criativo humano tenha início na infância. Quando as crianças têm suas iniciativas criativas elogiadas e incentivadas pelos pais, tendem a ser adultos ousados, propensos a agir de forma inovadora. O inverso também parece ser verdadeiro.
Quando as pessoas sabem que suas ações serão valorizadas, tendem a criar mais. O medo do novo, o apego aos paradigmas são formas de consolidar o status quo. Quando sentem que não estão sob ameaça (de perder o emprego ou de cair no ridículo, por exemplo), as pessoas perdem o medo de inovar e revelam suas habilidades criativas.
Algumas pessoas acreditam que ver a criatividade como habilidade passível de desenvolvimento é um grande passo para o desenvolvimento humano, enquanto outras têm a visão de que a criatividade é uma habilidade inata, ligada a fatores genético/hereditários e, portanto, determinista.
Certas pessoas também admitem que a criatividade não tem necessariamente ligação com o quociente de inteligência (QI), que ela tem mais afinidade com motivação do que com inteligência. Outras pessoas, por outro lado, confirmam uma forte correlação entre QI e potencial criativo, especialmente para QIs abaixo de 120 e com uma correlação positiva leve acima de QI 120.

Processo criativo

Durante o processo criativo, frequentemente distinguem-se os seguintes estágios:
  • Percepção do problema. É o primeiro passo no processo criativo e envolve o "sentir" do problema ou desafio.
  • Teorização do problema. Depois da observação do problema, o próximo passo é convertê-lo em um modelo teórico ou mental.
  • Considerar/ver a solução. Este passo caracteriza-se geralmente pelo súbito insight da solução; é o impacto do tipo "eureka!". Muitos destes momentos surgem após o estudo exaustivo do problema.
  • Produzir a solução. A última fase é converter a idéia mental em idéia prática. É considerada a parte mais difícil, no estilo "1% de inspiração e 99% de transpiração".
  • Produzir a solução em equipe. Fase comum que ocorre nas empresas e organizações quando precisam, tanto diagnosticar ou superar um problema quanto otimizar ou inovar produtos, serviços e processos. Ancoram-se, para tal dinâmica, no conhecido sistema do brainstorming.

Importância da criatividade nas organizações de Ensino

Criar só é possível quando o cérebro detém uma grandiosa e alargada variedade de conhecimentos e informações, fazendo com que as associações de ideias, ocorram de uma forma mais fluida e direcionada. Essas associações permitirão alcançar as ideias e conceitos novos, de uma forma única e original. Porém, para que o processo criativo nas organizações, nomeadamente nas Instituições de Ensino Superior, seja eficaz e eficiente, torna-se necessário e decisivo a aceitação por parte das mesmas, das suas ideias e da liberdade de expressão no meio em que se executam.
O processo criativo refere-se a algo atendido por outras pessoas, e que se harmonize com as expectativas e valores de um determinado grupo de indivíduos. Somente desta forma, será visto como algo importante e decisivo, num mercado produtivo e evolutivo, que possa vender a ideia ou mesmo solucionar situações complicadas e / ou expandir novos produtos ou serviços. Cada vez mais o setor do Ensino está mais criativo e inovador, no que diz respeito à diversidade de cursos, cada vez mais adaptados ao mercado de trabalho.
O setor do Ensino Superior, não foge à regra no que respeita à criatividade, pelo fato de, devido ao constante desenvolvimento do mercado, ser imperativo, uma adaptação, o mais expansiva possível, atendendo às constantes mutações existentes.


Forma de expressão

  • Arte e cultura. O mundo da arte e da cultura é preeminentemente um mundo da criatividade, porque o artista não está diretamente ligado às convenções, dogmas e instituições da sociedade. O artista tem uma expressão criativa que é resultado direto de sua liberdade.
  • Pesquisa e desenvolvimento. Para produtos resultantes de atividades de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, o critério criativo é a patente deste produto. São geralmente três os pré-requisitos de uma patente: a) novidade; b) inventividade e c) aplicação prática.
  • Humor (comédia)

Medição

Foram propostas várias tentativas de desenvolver um quociente de criatividade de uma forma análoga ao quociente de inteligência. Porém, a maior parte dos critérios de medição da criatividade depende do julgamento pessoal do examinador e por isso é difícil estabelecer um padrão de medição

Criatividade em equipe: um produto.

Criatividade é arma de combate na conquista da sobrevivência dos seres vivos.
Na escala animal da natureza, as conquistas ocorrem através de ajustes e aprimoramentos a cada espécie viva, de acordo com os princípios da seleção natural descobertos por Darwin.
Na escala humana, as conquistas ocorrem dentro da História, não apenas sócio-econômica, mas, sobretudo, industrial e tecnológica com seu processo fantasioso e delirante de avanço.
O homem, através de sua criatividade, aperfeiçoa, melhora e inova os fundamentos de sua sobrevivência: da alimentação natural aos produtos transgênicos, da tanga à moda do vestuário, das infusões chamânicas à medicina moderna, da oca à casa decorada e eletrônica. No lazer, nos transportes ou na educação, a vida humana é um exercício contínuo de criatividade, pulsão viva em sua História.
O exercício da criatividade dentro da História impele a todos, por competitividade, a incrementar seu potencial criativo, adquirindo consciência deste fenômeno e adquirindo novas ferramentas de criatividade que o impulsionem, discutidas na obra "Criatividade em Equipe".
Capítulos teorizam sobre este ferramental, - carpintaria da "criatividade em equipe" - em linha com o brainstorming -, a partir de ambiências onde tal exercício é essencial: da empresa com suas disputas de poder e busca de crescimento, às escolas de samba, cuja diversão e jogo liberam pulsão criativa à construção de um espetáculo único e inigualável, ópera de um dia só.
Identificando a própria criatividade como um produto em si('ars gratia artis', do latim,'a arte pela arte'), proposta inovadora, agrega-lhe leis de mercado que, por regerem relações de produção, facilitam o entendimento da “criatividade em equipe” e a gestão de suas técnicas.
Ancorando-a em leis de mercado, uma dialética da produção, desmistifica sua aura de genialidade ou de difícil acesso às pessoas comuns, instalando-a no dia-a-dia da empresa, da escola, ou de qualquer ambiente empreendedor, integrado por pessoas voltadas à otimização de produtos, serviços e processos, num modelo de gestão conduzido pela “criatividade em equipe”, sua pedra angular.
Gerir e participar do processo de “criatividade em equipe” é a proposta do Autor*, com ampla e frutuosa experiência no dia-a-dia empresarial, - onde atua - na busca da otimização de produtos, serviços e processos, bem como na humanização do trabalho, inda que sujeito à competitividade natural da espécie humana, que assim se aprimora e se recria continuamente em sua História, espaço-tempo próprio em contínua expansão, expansão justamente desta criatividade, projeto humano por excelência para aprimorar o mundo em que vivemos.
(*Extraído do Prefácio de "Criatividade em Equipe e suas leis de marketing" - Vídeo-texto de Paulo Guilherme Hostin Sämy)

Como ampliar o potencial criativo

É plenamente possível fazer com que uma pessoa se torne mais criativa. Os principais resultados criativos não advêm de exercícios mentais que prometem aumentar o potencial de criação dos indivíduos de forma isolada, a exemplo de exercícios mentais com CDs ou fórmulas mirabolantes que apregoam sete ou oito lições para aprimorar a criatividade.
A criatividade humana se revela a partir de associações e combinações inovadoras de planos, modelos, sentimentos, experiências e fatos. O que realmente funciona é propiciar oportunidades e incentivar os indivíduos a buscar novas experiências, testar hipóteses e, principalmente, a estabelecer novas formas de diálogos, sobretudo, com pessoas de outras formações, tipos de experiências e cultura. Alguns indivíduos altamente criativos já apresentam naturalmente esse padrão de comportamento curioso, investigativo, voltado à experimentação, à inovação e à busca persistente de pequenas e grandes nuances, seja em suas áreas de interesse ou em terrenos nem tão familiares, envolvendo outras culturas, tecnologias, idiomas, etc. São pessoas que intuitivamente fazem o melhor exercício possível para o cérebro ao investir, de maneira consistente, no aprendizado e no estímulo a diferentes capacidades cognitivas e sensoriais.
Em suma, embora seja impossível modificar algumas características essenciais das pessoas, podemos incentivar comportamentos, estilo de vida e formas de interação com o mundo que permitam o desenvolvimento de novos padrões cognitivos e facultem aos indivíduos oportunidades de geração de insights criativos. O mais importante, no entanto, está no fato de que, no contexto organizacional, o que vale mesmo é a capacidade criativa coletiva.
Aumentar a criatividade é exercitar o pensamento!
Referência: Artigo "É possível se tornar uma pessoa mais criativa?", de José Cláudio C. Terra.

Criatividade e inovação

Os conceitos criatividade e inovação são indissociáveis, no entanto não são sinónimos. Os autores Duaibili & Simonsen Jr. distinguem-os afirmando que “A criatividade é a faísca, a inovação é a mistura gasosa. A primeira dura um pequeno instante, a segunda perdura e realiza-se no tempo. É a diferença entre inspiração e transpiração, a descoberta e o trabalho”. Normalmente a criatividade é um processo individual, nasce da ideia que surgiu na cabeça de alguém, enquanto a inovação é um processo colectivo, que deve ser trabalhado em grupo e conduz colectivamente a uma mudança de percepção. Por isso se diz que determinada pessoa é criativa e a empresa “xyz” é inovadora. (De Brabandere). Não existe inovação sem criatividade, pois a inovação é a aplicação prática da criatividade, ou seja uma ideia resultante de um processo criativo, só passará a ser considerada uma inovação, caso seja realmente aplicada, caso contrário é considerada apenas uma invenção. Citando Larry Hirst (um dos antigos Chairman da IBM) “Invenção é transformar dinheiro em ideias, inovação é transformar ideias em dinheiro”. Inovação tem pois este carácter de concretização, que só assim poderá gerar criação de valor. O conceito de criatividade é aplicável fora do contexto empresarial, podendo ser utilizado para caracterizar por exemplo os indivíduos na sua esfera não profissional

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Multimedia

Multimedia é a combinação, controlada por computador, de pelo menos um tipo de média estática (texto, fotografia, gráfico), com pelo menos um tipo de média dinâmica (vídeo, áudio, animação) (Chapman & Chapman 2000 e Fluckiger 1995).Quando se afirma que a apresentação ou recuperação da informação se faz de maneira multi-sensorial, quer-se dizer que mais de um sentido humano está envolvido no processo, fato que pode exigir a utilização de meios de comunicação que, até há pouco tempo, raramente eram empregados de maneira coordenada, a saber


Tipos de multimídia

Natureza espaço-temporal

  • hipertexto- Texto no computador;
  • Estáticos - Agrupam elementos de informação independentes do tempo, alterando apenas a sua dimensão no espaço, tais como, textos e gráficos;
  • Dinâmicos - Agrupam elementos de informação dependentes do tempo, tais como, por exemplo, o áudio e a animação. Nestes casos, uma alteração, no tempo, da ordem de apresentação dos conteúdos conduz a alterações na informação associada ao respetivo tipo de média dinâmico.
  • Imersivo - Agrupam elementos de informação interativa em ambientes 3D.

 

Origem

  • Capturados - São aqueles que resultam de uma recolha do exterior para o computador;
  • Sintetizados - São aqueles que são produzidos pelo próprio computador através da utilização de hardware e software específicos.



 

Interação

Existe quem diferencie as categorias de multimédia linear e não-linear, outros ainda em anisotrópica.
  • Na multimédia linear o utilizador não tem qualquer tipo de controlo no desenrolar do processo, enquanto que
  • A multimédia não-linear oferece interatividade com o utilizador.

 

Divulgação

Quanto ao modo de divulgação podemos encontrar dois tipos:
  • Online - Divulgação online significa a disponibilidade de uso imediato dos conteúdos multimédia. Pode ser efectuada, por exemplo, através da utilização de uma rede informática local ou da WWW.
  • Offline - A divulgação offline de conteúdos multimédia é efetuada através da utilização de suportes de armazenamento, na maioria das vezes do tipo digital. Neste caso, os suportes de armazenamento mais utilizados são do tipo óptico, CD.

Tipos de produtos multimédia

  • Baseados em páginas
São desenvolvidos segundo uma estrutura organizacional do tipo espacial. Esta é uma organização semelhante à utilizada nos média tradicionais em suporte de papel como revistas, livros e jornais.
Em alguns produtos multimédia, os utilizadores podem consultar as suas páginas utilizando as hiperligações existentes entre elas. Neste tipo de produto, as componentes interativa e temporal podem estar presentes através da utilização de botões, ícones e scripts. Os scripts vão permitir a criação de pequenos programas para a execução de ações em determinadas situações como, por exemplo, a visualização de um vídeo ao fim de um determinado intervalo de tempo ou após um botão ter sido pressionado
  • Baseados no tempo
    • São desenvolvidos segundo uma estrutura organizacional assente no tempo. Esta é uma organização com uma lógica semelhante à utilizada na criação de um filme ou animação.
    • Durante o desenvolvimento deste tipo de produtos multimédia os conteúdos podem ser sincronizados permitindo assim definir o momento em que dois ou mais deles estão visíveis.
    • A interatividade neste tipo de produtos é adicionada através da utilização de scripts.
    • A componente da organização espacial é também, neste caso, utilizada durante a fase de desenvolvimento deste tipo de produtos.
Em ambos os tipos de produtos multimédia (baseados em páginas ou no tempo) as componentes espaço e tempo coexistem, distinguindo-se na estrutura organizacional utilizada como ponto de partida para a disposição dos conteúdos.